Quando expressamos a palavra disciplina, para muitos ela soa como algo ruim e negativo. Infelizmente, até no ambiente eclesiástico isso ocorre muitas vezes.
De acordo com o Dicionário: disciplina é obediência às regras, aos superiores e regulamentos; ordem; conduta que assegura o bem-estar dos indivíduos ou o bom funcionamento de uma Instituição. Já no caso da disciplina eclesiástica, ela visa a santidade e a unidade do corpo de Cristo – a Igreja, o reparo da ofensa e a recuperação do ofensor.
Uma das marcas da nossa igreja, além da pregação fiel das Escrituras e o exercício dos sacramentos (Batismo e Santa Ceia), é a disciplina eclesiástica.
Conforme a Confissão de Fé de Westminster, no Cap. XXX, 3, a disciplina eclesiástica é necessária pelo menos por cinco razões:
Chamar e ganhar para Cristo os irmãos ofensores
Impedir que outros pratiquem ofensas semelhantes,
Purgar o velho fermento que poderia corromper a massa inteira,
Vindicar a honra de Cristo e a santa profissão do Evangelho
Evitar a ira de Deus sobre a Igreja, se ela permitisse que o pacto divino e os seios dele fossem profanados por ofensores notórios e obstinados.
O Rev. Valdeci da Silva Santos afirma: “É certo que o mundo vê a disciplina como expressão de ira e hostilidade, mas as Escrituras mostram que a disciplina de Deus é um exercício do seu amor por seus filhos (Ap 3.19). Deus não disciplina bastardos.”
Em Hebreus 12.4-8 está escrito: “Ora, na vossa luta contra o pecado, ainda não tendes resistido até ao sangue e estais esquecidos da exortação que, como a filhos, discorre convosco: Filho meu, não menosprezes a correção que vem do Senhor, nem desmaies quando por ele és reprovado; porque o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe. É para disciplina que perseverais (Deus vos trata como filhos); pois que filho há que o pai não corrige? Mas, se estais sem correção, de que todos se têm tornado participantes, logo, sois bastardos e não filhos.”
Portanto, embora a disciplina eclesiástica não seja agradável inicialmente, ela é necessária no tratamento e cuidado dos filhos de Deus. O escritor aos Hebreus também afirma: “Toda disciplina, com efeito, no momento não parece ser motivo de alegria, mas de tristeza; ao depois, entretanto, produz fruto pacífico aos que têm sido por ela exercitados, frutos de justiça.” (Hb 12.11).
Rev. Gilberto da Costa Barbosa (Pastor Auxiliar da Igreja Presbiteriana da Lapa)
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