Medo de falhar é uma reação legítima para quem está no pastorado. Mas por vezes, estamos desanimados, e experimentando uma sensação de constante fracasso diante dos desafios do ministério. Segundo Stowell, há três fatores sempre presentes em nossa caminhada pastoral, que são fontes debilitantes e aumentam nosso senso de inadequação: críticas, comparação e carnalidade.[1]
1º) Críticas: Se não tomarmos cuidado, a crítica interferirá negativamente em nossa capacidade de pastorear. Precisamos valorizar certos aspectos da crítica e crer em algumas verdades sobre ela que vão nos ajudar a nos libertar dos seus efeitos destruidores:
a) Primeiro, não raro, há uma parcela de verdade naquilo que é dito. Se estou decidido a ser um servo, preciso aprender a avaliar com cuidado o que é verdadeiro nas críticas e saber como usá-las como degraus que me levarão a um pastorado melhor.
b) Em segundo lugar, a crítica me ensina a não ser autossuficiente. A crítica deve me fazer depender mais de Deus, e gastar mais tempo em oração.
2º) Comparação: Não importa quem somos ou quão alto subamos, haverá sempre alguém maior, melhor, mais famoso, melhor pregador, mais capaz. O pastor que se compara com outros, acaba por se tornar amargurado e carente de afirmação.
Devemos ter em mente, que nosso ministério pode ser pequeno e passar despercebido, mas quem pode dizer que no contexto de um ministério como esse não haja um jovem ou uma jovem que crescerá observando nosso exemplo, honrando nosso ministério, e acabará sendo o próximo Jonathan Edwards, ou o próximo João Calvino? Tudo porque um pastor fiel não se preocupava com comparações, mas antes, com a consagração de sua vida e seu ministério exatamente onde Deus o colocou.
3º) Carnalidade: Quando nós pastores vivemos situações não resolvidas de pecado, geramos uma insegurança que nos incapacita. Essa insegurança se concentra em O que acontecerá se eu for pego? E no senso de inadequação resultante quando consideramos: Deus continuará a abençoar-me? A carnalidade cria um ambiente de medo em nosso coração, coloca-nos em atitudes defensivas e faz do nosso ministério uma função forçada do nosso chamado. Não é necessário dizer que essa pode ser a fonte de inadequação mais fácil de ser resolvida, com arrependimento, responsabilidade e crescimento.
Rev. Gildásio J. B. Reis - Pastor da Igreja Presbiteriana do Parque São Domingos e Presidente do Sínodo de São Paulo
[1] STOWELL, Joseph M. Pastoreando a Igreja. São Paulo, SP: Editora Vida. 1997
Comments